depois da morte da pele
descansarei noutras esferas
não mais gritarei cobiça
irei viver na corte onde o rei galhardo
é espuma de parreira
o vinho é servido em conchas já tontas
rainhas correm nuas por entre desfiladeiros beirados de eflúvios alvos
descansam em esteiras tecidas de fios ingénuos
onde plantam sonhos animados
assistidas por seres assexuados
são pombos entusiásticos que sopram flautas de auras musicais
é páscoa é natal é carnaval é tempo único e total
na beira dum lago celestial
cercado por mares de violões
e onde caiem rios argentes
não há barulho de insectos na tenda das princesas ideadas
apenas o som lauto de guitarras e violas
que espalham um fado novo
descansarei naquele rocio perenal
como a toalha cora na erva doce da terra baça de então
onde ficou o outro fado
ferool
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