se culpo a terra e os céus por não te ver
e se nessa culpa a ira me assalta
não é fúria mansa podes crer
mas ânimo de almejar quem falta
para sedar o meu seio de procura
sedento como nunca havia visto
tão forte é a paixão que não tem cura
tão dura é a espera que não resisto
se te procuro na luz e na poeira
e não acho nem a cor da ilusão
temo que o inarmónico que se abeira
me exprobre por não possuir visão
agora vou deixar de procurar
até que a noite me rompa o ser
já sinto a veia da mina secar
e o dia flagelado até morrer
ato os olhos de bandas como véus
e tal o inglório que dorme no ar
antes de alcançar o imo dos céus
pernoito nas nuvens a esperar
ferool
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