se me arrasto pelo chão
é para procurar o salgado que a terra teima em não dar
não creio no sal do mar
que é difuso doido imperceptível porque esbatido nas pedras ou nas dunas
na terra tenho carumas
margaridas selvagens
e carnavais de imagens
presunto vinho e pão
fantasiador
amasso palhas velhas e no outono faço um ninho
como um frágil passarinho
saltito de folha em seara de florido em frutificar
mas tenho saudades do mar
digito na terra a mensagem que na areia morre porque o mar é adulterino
e como já não sou menino
arruino o meu tempo numa pedra rija imaginando uma ninfa a flautear
como a sereia no mar
mexem e remexem as melenas mas não sei donde vem o vento
se do rabo dum cume do norte se dum golfo violento
se olho o céu de soslaio é para ver o sal mineiro
mas não vejo nada escarafuncho o chão do meu pardieiro
e encontro o sal
derramado num pano do chedeiro como uma mensagem bragal
desamuo os estofos carunchosos
e visto os presuntos vaidosos
é dia ou noite
sinto no baixo ventre um pé-de-meia que volveu afoite
ferool
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